Luis Vaz de Camões

             Luís Vaz de Camões (1524 – Lisboa 10/06/1580) é o maior poeta da Literatura Portuguesa, autor da obra épica “Os Lusíadas”.
            Pouco se sabe com certeza sobre a sua vida. Aparentemente nasceu em Lisboa, de uma família da pequena nobreza. Segundo alguns historiadores, Luis Vaz de Camões era o único filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá Macedo. Aos doze ou treze anos teria sido protegido e educado pelo seu tio Bento que o encaminhou para Coimbra para estudar. Diz à tradição que foi um estudante indisciplinado, mas ávido pelo conhecimento, interessando-se pela história, cosmografia e literatura clássica e moderna. Contundo, o seu nome não consta dos registros da Universidade de Coimbra.
Conta-se que Luis Vaz de Camões levava uma vida boêmia, freqüentando tavernas e envolvendo-se em arruaças; seu jeito valentão foi responsável por muitas brigas em Portugal.
Várias mulheres aparecem citadas pelo nome em biografias do poeta como tendo sido objeto de seus amores. Entre elas, por exemplo, falou-se de uma paixão pela Infanta Dona Maria, irmã do rei, audácia que lhe teria valido um tempo na prisão; e Catarina de Ataíde, que, sendo outro amor frustrado, teria causado o seu auto-exílio, primeiro no Ribatejo, e depois se alistando como soldado em Ceuta. Numa batalha no norte da África, perdeu o olho direito.
Data de 1550 um documento que o dá como alistado para viajar à Índia: "Luís de Camões, filho de Simão Vaz e Ana de Sá, moradores em Lisboa, na Mouraria; escudeiro, de 25 anos, barbiruivo, trouxe por fiador a seu pai; vai na nau de S. Pedro dos Burgaleses... entre os homens de armas".
            Viajou na nau São Bento, da frota de Fernão Álvares Cabral, que largou do Tejo em 24 de março de 1553. Durante a viagem passou pelas regiões onde Vasco da Gama navegara, enfrentou uma tempestade no Cabo da Boa Esperança onde se perderam as três outras naus da frota, e aportou em Goa em 1554. Logo se alistou no serviço do vice-rei Dom Afonso de Noronha e combateu na expedição contra o rei de Chembé. Em 1555, sucedendo a Noronha Dom Pedro Mascarenhas, este ordenou a Manuel de Vasconcelos que fosse combater os mouros no Mar Vermelho. Camões acompanhou-o, mas a esquadra não encontrou o inimigo e foi invernar a Ormuz, no Golfo Pérsico. Provavelmente nesta época já iniciara a escrita de Os Lusíadas.
Conta à história que na viagem de volta a Goa, Camões e sua amada Dinamene naufragam às margens do rio Mekong, no Camboja. Nessa viagem Camões também trazia consigo um manuscrito de sua grande obra, Os Lusíadas. Muitas pessoas brincam com esse episódio dizendo que no momento do naufrágio, com aquela confusão, Camões não sabia a quem salvar, se a amada ou sua obra prima. No final do incidente, a amada morre e o manuscrito permanece intacto.
De volta a Goa, teria surgido a público uma sátira anônima criticando a imoralidade e a corrupção reinantes, que foi atribuída a Camões. Sendo as sátiras condenadas pelas Ordenações Manuelinas, teria sido preso por isso. Mas colocou-se a hipótese de a prisão ter ocorrido graças a dívidas contraídas. É possível que permaneceu na prisão até 1561, pois, assumindo o governo Dom Francisco Coutinho, foi por ele liberto, empregado e protegido.
Ao finalizar Os Lusíadas, teria apresentado-o em recita para o rei Dom Sebastião. O rei, ainda um adolescente, determinou que o trabalho fosse publicado em 1572, concedendo também uma pequena pensão a "Luís de Camões, cavaleiro fidalgo de minha Casa", em paga pelos serviços prestados na Índia. O valor desta pensão não excedeu os quinze mil réis anuais.
Luis Vaz de Camões viveu seus anos finais num quarto de uma casa próxima da Igreja de Santa Ana, num estado, segundo narra a tradição, da mais indigna pobreza. Adoeceu de peste e faleceu em 10 de junho de 1580. 

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