Descrição física e psicológica

Por: Aline Suelen

           Ao descrevermos personagens, podemos usar dois tipos de descrição: a física – que se ocupa com as características externas, como a altura, o pesa, cor da pele, cabelos, olhos, traços do rosto, idade; - e a psicológica – que se ocupa com o comportamento, a personalidade, o temperamento, o caráter.
            Na descrição física, o autor pode optar por fazê-la de forma objetiva ou subjetiva. Abaixo citamos duas descrições de personagens da literatura brasileira. A primeira, de Capitu, personagem de Machado de Assis, feita de forma objetiva e, a segunda, de Iracema, personagem de José de Alencar, descrita de forma subjetiva, marcada por comparações de caráter pessoal.

“Não podia tirar os olhos daquela criatura de quatorze anos, alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita meio desbotado. Os cabelos grossos, feitos em duas tranças, com as pontas atadas uma à outra, à moda do tempo, desciam-lhe pelas costas. Morena, olhos claros e grandes, nariz reto e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo.”
(Dom Casmurro, Machado de Assis).
“Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como o seu sorriso; nem a baunilha rescendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas”.
(Iracema, José de Alencar).

            A descrição psicológica é sempre marcada por subjetividade. Citamos a seguir um exemplo de um conto de Edgar Allan Poe, em que o autor apresenta aspectos psicológicos de duas personagens.

“Ele um homem passional, estudioso e austero, já tendo a Arte por sua amada. Ela, uma jovem de rara beleza, cheia de encantos e alegria, plena de luz e sorrisos, travessa como uma gazela nova, afetuosa e cheia de amor à vida.”
(O retrato oval, Edgar Allan Poe).

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